Somente quem tem filhos consegue compreender como é ser pai ou mãe. Lembro do nascimento do meu primeiro filho há 17 anos atrás, eu estava inseguro, pois não sabia como pegar um recém-nascido no colo. Porém, quando chegou no quarto a gente percebe que o amor que sentimos leva toda insegurança embora e tudo flui com naturalidade.
A partir de então, os filhos se tornam a nossa principal razão de viver e são nosso principal motivo para levantar todas as manhãs.
Os filhos crescem e, depois de um tempo, irão pertencer ao mundo.
“Como flechas na mão do guerreiro, assim são os filhos.” Salmo 127.4
A natureza é sábia e, quando o tempo passa ainda mais… São os filhos que precisam cuidar dos pais na velhice. Então, me darei a liberdade de criar outra frase.
“Como bumerangues na mão do guerreiro, assim são os filhos.”
Sim, nossos pais e mães são guerreiros, pois sempre estarão ao nosso lado, enquanto a saúde permitir. Mas o tempo é implacável e, um dia, nossos pais que quando éramos crianças eram nossos heróis – grandes e fortes – ficarão velhos e frágeis. Neste momento, a sabedoria do Dalai Lama fará todo sentido.
“Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar.” Dalai Lama
Ana Cláudia Arantes, em sua palestra sobre arrependimento pela School of Life explica que cuidados paliativos dão a oportunidade de pessoas no fim da vida poderem:
Expressar amor, se sentir amado, agradecer, perdoar, ser perdoado e falar tchau…
Recentemente, assisti uma palestra do TED do mestre Shaolin Shi Heng Yi que contou a história do homem que vivia ao lado de uma montanha e que um dia criou coragem de escalar a montanha. Uma incrível metáfora para nossa vida, pois cada pessoa enfrenta diferentes desafios.
Estou com 52 anos e meus avós vieram do Japão que hoje é a origem do IKIGAI. Porém, há quase um século atrás o objetivo era a sobrevivência. Imaginem a coragem de atravessar o oceano por meses em um navio rumo a um país desconhecido. A maioria dos imigrantes japoneses foi trabalhar na lavoura.
Agradeço a meus pais nos deram ASAS para voar e, principalmente, as RAÍZES para voltarmos.